O Poema

O poema é uma ferida aberta
Que insiste em não fechar
Que arde enquanto aperta
Que dói onde ele está

O poema é notícia incerta
Incerto ao ressoar
Desvia a moça quieta
Que o deixa para lá

O poema, sim, é um tijolo
Pesado e tão pequeno
Que cai no pé do tolo
Num dia não sereno

O Poema

Dull Night

Dull night
Oh, such a dull night
Where’s the strong knight
Should I not be proud?
What’s to become of me?

I’m out of the wind’s reach
Hard to see the peace I seek
Hard to gather the calm to sit
What’s to become of me?

Maybe I shouldn’t’ve left your side
Maybe I told myself a downright lie
Maybe I can’t swim against the tide
What’s to become of me?

I still look forward to brighter days
And hope that things may simply change
Maybe in the end I’ll find my way
I hope it is what is to become of me

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What’s to become of me?

Dull Night

Quando Estou Longe de Você

Você já sentiu seu coração ser levado para longe?

Estou aqui parado ouvindo o som do mar
Estou sentindo as lambidas da leve brisa
Tudo que eu queria era poder te alcançar
Essa sua presença viva que me anima

Talvez eu chamasse este lugar de meu lar
Talvez eu achasse a minha vista linda
Mas se você é a beleza maior que há
Então, pensar somente em ti é a minha sina

Então hei de lamentar sua ausência
Hei de chorar por não estares aqui
Sentir a dor pela volta tão lenta

O relógio mais duro que eu já vi
E nem ao menos mover-se ele tenta
Prefere-me torturando-me assim
Sem ti

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Quanto maior a dor da separação, maior a alegria do reencontro

Quando Estou Longe de Você

Janaína – Hirasawa Riku

Janaína, Janaína

Janaína, uma menina muito esperta
Sabia o que sua vida ia aprontar
E certeza tinha ela que era certa
A saudade que jamais ia durar

Janaína, uma menina muito simples
Em sua vida toda, pouco desejou
Apenas pequenas transições de castas
Esperança envolvida com um tal de amor

Janaína, uma menina muito doce
Uniu pessoas a lutar por sua causa
E lá gemendo muito gritava asmática
Nada via no momento de sua pausa

Janaína, uma menina tão feliz
Já sabia que um problema ainda havia
Resolveu cortar o mal pela raiz
E de preto, já chorando eu a via

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O que você acha?

Janaína – Hirasawa Riku

Olhos Rubros

Olhos Rubros

O céu se abre vinho tinto
O vento vermelho sopra
Meus olhos rubros, não minto
São a solidão da ópera

O escarlate que escorre em seus seios
Se mistura com a lama do quintal
E agora, meu amor, eu já receio
Que este golpe com punhal, sim, foi fatal

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Que vermelho é esse?

Olhos Rubros

Controvérsias de um Mundo Vão

Fim da linha?

Eu quero te ver esta noite
Envolta por um mar de rosas
Calar com agonia o açoite
Respirar o formol que soltas

Sua pele enegrecida miro
Com água salgada em minha face
Digo que é tão longo o suspiro
Que talvez nunca mais se acabe

O Céu se abre e a Terra se fecha
Controvérsias de um mundo vão
Ficam os tesouros, fios e mechas
Pra quem fica, a escuridão

Mas no sofrimento há brecha
Quando a Ele se estende a mão
E se a morte vem como flecha
Ele é vida e ressurreição
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Fim?

Controvérsias de um Mundo Vão

Sono – Hirasawa Riku

Dormir, sonhar...

Segundos, segundos, o escuro
Eu sinto o fechar de minhas pálpebras
Alugo o diurno e o noturno
Eu dispenso da vida a álgebra

Este é o silêncio mais sonoro
Estas são as falas mais caladas
É o universo novo que exploro
Eis o gentil mundo das fadas

Até que chamas passam a arder
Rota de fuga quero achar
Sombras escuras a temer
Em surto, tentas achar o ar

Mas o sol nasce co’alegria
Ouço o som do despertador
E se em sonho chorava ou sorria
O que importa é que já acordou

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E você? Já acordou?

Sono – Hirasawa Riku

Imposição – Hirasawa Riku

 

Entre quatro paredes...

 

Nos passos descompassados de um coração
Na batida contida da brisa do céu
Intuito fortuito, sim, eles tentarão
Com a graça sem graça de corromper o véu

Os alvejados passos marcados irão
Seguindo sem riso os compassos desse réu
Ao destino longíquo dar-lhe-á suas mãos
E ao paladar amargar o mais doce mel

Na vontade sem vontade brilhando em cor
No vazio falta brio pra buscar nova luz
As barreiras em cadeia disfarçam a dor

Feridas contraídas enchem-se de pus
Nostalgia em epidemia desabrocha em flor
Aqui jaz a paz soterrada sob uma cruz

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Um ato imposto dói. Uma vida imposta é uma tortura.

Imposição – Hirasawa Riku